terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Todo sentimento tem hora

Tem hora que a palavra engasga,
Que as letra deslizam e fogem.
Na boca, que se sabe amarga,
O poema suspira, e morre.
.
Tem hora que nada se acaba
Das linhas restam metades.
O pensamento revolta, e trava.
O verso, manco, já não cabe.
.
Tem hora que a pena resiste,
A tinta falta ou evapora.
O poeta, vaso, ainda insiste
O desejo, vesgo, demora.
.
Tem hora que nada se adianta
Tem hora que tudo se atrasa
Tem hora que a musa não canta
Tem hora que o peito não vaza


4 comentários:

Unknown disse...

Quando ao mesmo tempo leio o poema e escuto o Chico tudo parece se encaixar.
Quando leio o poema sem a música concordo com o poeta pois ,
Tem hora que a palavra engasga,
As letra deslizam e fogem.
Na boca, que se sabe amarga,
O poema suspira, e morre.
(...)
Tem hora que o peito não vaza.


Quando ouço agora o Chico, música belíssima até então “todo sentimento”, algumas perguntas não querem mais calar?
- Por que tamanho equilíbrio sob o desejado tempo da delicadeza que é senão uma das formas de amor das mais genuínas, como se não soubesse do insondável e incognoscível que é cada um e que por isto mesmo nada está dado de uma vez por todas?
- Como se não fossem muitos os encontros- des- encontros, ditados ,por sentires, bem anteriores à escolha ou opção de cada um?
Senti agora que talvez se prometa pela letra o impensável e o indiscutível versados na letra com a pena da pura razão, essa sempre muito aquém do sentir.
- O tempo da delicadeza não seria o do impensável que é na verdade é o que nos des/organiza?
Tudo para dizer que do vídeo fico com a melodia e alguns fragmentos da letra. Que do poema fico com a razão sábia - paixão do poeta para quem “há horas que (...) o peito não vaza.

Bj,

Unknown disse...

Não sem razão vivo cantarolando o Samba do Grande Amor, do Chico o ....Buarque de Hollanda preferido...

Tinha cá prá mim que agora sim
Eu vivia enfim o grande amor, mentira
Me atirei assim de trampolim
Fui até o fim, um amador, ôôôô
Passava um verão a água e pão
Dava o meu quinhão pro grande amor, mentira
Eu botava a mão no fogo então
Com meu coração de fiador, ôôôô
Hoje eu tenho apenas uma pedra no meu peito
Exijo respeito, não sou mais um sonhador
Chego a mudar de calçada quando aparece uma flor
E dou risada do grande amor, mentira
Fui muito fiel, comprei anel
Botei no papel o grande amor, mentira
Reservei hotel, sarapatel e lua de mel em Salvador, ôôôô
Fui rezar na Sé prá São José
Que eu levava fé no grande amor, mentira
Fiz promessa até prá Oxumaré
Que subir a pé o redentor, ôôô

Mentira... minha...hehehehe.

Bj,

Meire

Lujlb disse...

Cinceramente, cada pessoa preenche as lacunas dos poemas e/ou músicas de Chico de maneiras diferenciadas. Depende da personalidade e do estado de espírito de cada um. Exemplo: se uma pessoa estiver passando por um rompimento no relacionamento está música pode até dar esperanças de que o tempo da delicadeza chegue. Eu interpreto que para amar precisa-se querer o parceiro feliz, se um dia não nos importamos com a felicidade do antes citado quer dizer que não mais o queremos. Enfim, Chico é fodão!!

Lujlb disse...

Cinceramente, cada pessoa preenche as lacunas dos poemas e/ou músicas de Chico de maneiras diferenciadas. Depende da personalidade e do estado de espírito de cada um. Exemplo: se uma pessoa estiver passando por um rompimento no relacionamento está música pode até dar esperanças de que o tempo da delicadeza chegue. Eu interpreto que para amar precisa-se querer o parceiro feliz, se um dia não nos importamos com a felicidade do antes citado quer dizer que não mais o queremos. Enfim, Chico é fodão!!