terça-feira, 31 de julho de 2007

Foi um Rio que lavou a minha vida


Nas águas do Rio mergulhei,
fundo, profundo, com dor e prazer.
Nas águas do Rio retornarei,
no sido do que tinha de ser.
.
Fui pescador, fui gaivota,
Escolhi sonhos, deixei pesadelos.
Andei por janelas, atravessei portas,
e me despedi em um alisar de cabelos.
.
No Rio colhi, com mãos trêmulas e ávidas,
Ávilas, Campos, Queiroz e Campinas;
um resto todo de uma minha vida.
E fui, bendita ave de rapina.

sábado, 14 de julho de 2007

Omelete








Eu vou, mas e se o Rio não for?

sexta-feira, 13 de julho de 2007

O pesqueiro do meu pai

Tem um rio que me espera,
tem outro que vou buscar.
Um pode ser doce quimera,
o outro, talvez, já não estar.
,
Resta um rio a descobrir,
leito que me espera e busco.
De onde tantas vezes parti,
e voltei cheio de sustos.
.
Já, nunca mais, à margem,
vindo do barro do Atibaia,
buscarei no rio a imagem
e meus traços rasos na praia.
.
De um eu feito de espuma e areia,
palavras, quereres e tantos despejos,
me farei Ulisses a escutar sereias,
e cumprirei a sina de meus desejos.
No Frango, nas vésperas.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Cada um com seu necessário.


A volta ao Rio. Pausa na escrita. Ao mesmo tempo, tantas frases que encontrarão seu ponto. Se um Rio nunca passa duas vezes no mesmo lugar, e se a terceira margem só se habita em contos, rumo ao (des)conhecido, Zé reconstruído (ainda que com todos os Durex expostos, o excesso de SuperBonder e as falcatruas em Duraepoxi). Vou achar alguma coisa. Só não quero ganhar vergonha e perder esse escrever livre que aqui exercito. Volto mais tarde, I hope!
A verdadeira aventura é encarar o retornar ao mesmo outro lugar. E depois voltar para o outro mesmo outro lugar.

Foi um Rio que vai passar na minha vida

sábado, 7 de julho de 2007

O Marrocos foi aqui

Casablanca passou longe de Barão
O Frango jamais será o Rick´s
O Sam, piano, atende por Luizão
E é tudo bem menos chique.

Mas entre todas as cidades e bares
Foi aqui que ela escolheu aparecer
Cutucar passados, revoltar os ares

Me deixando tonto como se pode ser.

Play it again, Luizão! Solta uma Skol!
A música, suave, toca em MP3
Peixe fisgado, boca no anzol,

Minha bela Ingrid, de nome Inês.
.

E no entanto é inverno. Campinas, Rio
A história pesa as time goes by
O nevoeiro espera, somos um trio
E no final, again, eu fico, ela vai.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Aprazível


As time goes by!

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Meu Oscar



A única forma de nos livrarmos de uma tentação é cair nela.
Oscar Wilde

A pré-versão de Narciso

Se posso dizer, quase feliz!
E o quase é o preço pago
para manter quieta a cicatriz
que me define
Narciso entre dois lagos.
.
De um lago a outro,
de imagem a reflexo,
a forma, e o vulto
que me oprime
sujeito de meu próprio sexo.
.
Mas, insisto, repito, e digo
o dito que nunca ousei ou quis:
Pois é, meu caro amigo,
por mais que refine,
mesmo assim, quase feliz.
.
Eu sei. É mais uma vez,
e é por um triz.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Sativa


Puxar um fumo,
ficar um tanto tonto.
Descobrir em tudo o Tudo,
colocar ponta nos pontos,
e entender, enfim, e ao fim,
o mundo.
No brilho de todos os cacos
de um espelho fumo partido,
refletir, mal formatado,
no nada além dos nacos
de um sativo sabido,
a solidão que é lava
e que tudo cobre
sorrindo dentes de chumbo.
E, do fundo do gosto do fumo,
a luz da certeza crava,
no seio de meu peito fundo,
a sina escrava
e o fim do mundo.


terça-feira, 3 de julho de 2007

Foi um Rio que passou em minha vida


Valsa de Uma Cidade

Composição: Ismael Netto / Antônio Maria

Vento do mar no meu rosto
E o sol a queimar, queimar
Calçada cheia de gente
A passar e a me ver passar
Rio de Janeiro, gosto de você
Gosto de quem gosta
Deste céu, desse mar,
Dessa gente feliz
Bem que eu quis escrever
Um poema de amor e o amor
Estava em tudo que eu quis
Em tudo quanto eu amei
E no poema que eu fiz
Tinha alguém mais feliz que eu
O meu amor
Que não me quis
Em tudo quanto eu amei
E no poema que eu fiz
Tinha alguém mais feliz que eu
O meu amor

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Gilza


Era amante de Borges e Callas
Um velhote cego e uma diva triste
Adorava Camões e sonhava com mares
Cheios de baleias e outras estrepolias
Amava as orquídeas por serem frágeis,
Florirem pouco e ainda assim lindas.
Vivia de plantas e nelas se recolhia.
E era um anjo tão tristonho,
Que no dia em que perdeu as asas,
Voou e virou um sonho.

domingo, 1 de julho de 2007

Domingo em Barão

Cavaleiro solitário


Lonely Rider

Yksinäinen ratsu ja
yksinäinen ratsastaja.
Pitkin soratietä.
Paikasta, jossa unohdettiin
paikkaan, jossa joku ehkä vielä välittää.

Mutta ehkä jotain jäi Yksinäisestä ratsastajasta.
Ehkä jokin ajatus, tunne, ele, ääni, sana jäi hänestä elämään.
Ehkä joku ei unohtanutkaan Yksinäistä ratsastajaa.
Ehkä joku vielä joskus ajattelee.

Vaeltaa päämäärättä paikasta toiseen.
Päämäärätöntäkö?
Ei,
Kyllä kaikella on vielä jokin tarkoitus.
Yksinäinen ratsu ja
Yksinäinen ratsastaja.
Ja Taivaallinen Ystävä.

Julho. Um Rio nunca passa duas vezes no mesmo lugar.




Julho de 2007