quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Escultura

Y construí tu rostro.

Con adivinaciones del amor, construía tu rostro
en los lejanos patios de la infancia.
Albañil (pedreiro) con vergüenza,
yo me oculté del mundo para tallar tu imagen,
para darte la voz,
para poner dulzura en tu saliva.
Cuántas veces temblé
apenas si cubierto por la luz del verano
mientras te describía por mi sangre.
Pura mía,
estás hecha de cuántas estaciones
y tu gracia desciende como cuántos crepúsculos.
Cuántas de mis jornadas inventaron tus manos.
Qué infinito de besos contra la soledad
hunde tus pasos en el polvo.
Yo te oficié, te recité por los caminos,
escribí todos tus nombres al fondo de mi sombra,
te hice un sitio en mi lecho,
te amé, estela invisible, noche a noche.
Así fue que cantaron los silencios.
Años y años trabajé para hacerte
antes de oír un solo sonido de tu alma.

Fabrica del amor / Juan Gelman
Para ser escutado com Nelson Gonçalves ao fundo, cantando Escultura

4 comentários:

Zédu disse...

Adoro os poemas em língua castelhana. O drama e a intensidade ali se dizem melhor.
Nenhum poema é totalmente feliz na língua da qual partimos. O som não permite.

Anônimo disse...

Obrigada por me colocar em contato com Juan Gelman, de quem espero conhecer tudo em curto espaço de tempo.

Anônimo disse...

Assino o exposto acima.

Neuza.

Anônimo disse...

Zedu,

Eu tb assino o exposto do comentário muito feliz feito logo acima do meu. Imagine que à minha maneira li a poesia antes mesmo do comentário de agora, tentando dar à leitura a sonoridade da língua.

No rol das minhas promessas para 2008 está o aprendizado do espanhol que farei como um presente que me dou no 2008 já realidade. Quero alcançar o melhor que possa em termos do domínio do espanhol para além das ne cessidades , coisas práticas, ler declamando poesias como as que nos oferece aqui. Para isto hei de ter alcançado a epidermica sonoridade e sensualidade envolvidas em cada verso e no sorver deles.

bjs
Meire