sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Notícias de uma espera m´al´cansada

Turner, Paz e Enterro no Mar - 1842


Me calam os testemunhos
Não retornam minhas procurações
Às vezes, me acabrunho
No mais, assovio canções.
.
Barão me continua deserto
Sem falas, risos ou gentes
Só a Praça aqui por perto
Me acolhe e me consente.
.
Na Praça continua o apreender
Dos pássaros a cantoria
De Pipoca, um bem viver
Das árvores, sabedoria.
.
Mas gentes, carnes e ossos
Continuam passando ao largo
Sou eu, são eles, nunca nossos
Nestas terras onde naufrago.
.
Melhor desfraldar as velas
Preparar todos cordames
E lançar minha caravela
Em busca de quem me ame.
.
Pois navegar é precisão
De todas a mais necessária
Há que singrar a escuridão
Até retomar minha praia.
.
Lá onde o mar é rio
No litoral de minhas gentes
Enfrentar o mar bravio
Seguir todo sol nascente.
.
Calar mudos de bocas cheias
Espanar ocupados e caretas
Deixar ao deserto a areia
Revirar minha ampulheta
.
E então novamente sofrer
Nas águas de meus amores
Sabendo que quando morrer
Alguém me pagará as flores.

Um comentário:

Anônimo disse...

Quem comentar-ir-ia?

Silêncio que há de fazê-lo alguém do sentido aqui dito.

Beijo meu amigo,

Meire