segunda-feira, 5 de maio de 2008

Para uma nova velha amiga (2ª edição revista, modificada e desculpada)



Não sei onde estava com a cabeça. Talvez na morte que se anunciava e que comentarei no post seguinte, talvez no alemãozinho que anda se encostando em mim e me fazendo esquecer das coisas que já postei por aqui, das homenagens que já prestei, dos charmes que já lancei. O fato é que lá pelos idos de março, quando a velha amiga era realmente nova, e depois de sua (dela) confissão sobre o I Wanna hold your hand como coisa marcante (hello, C.M.R.S, I´m talking about you), eu já havia colocado o vídeo da música nos ares de minhas carambolas. Não que a amiga, agora ainda mais, nova e velha, não mereça a repetição; é que eu tinha mesmo me esquecido, como me esqueço sempre das coisas que aqui vou colocando. Assim, C.M.R.S, também conhecida como Cristina nos comentários que posta, tome meu esquecimento como índice de minha, ainda, vontade de te agradar e reconhecer a alegria que essa nova velha amizade me proporciona.
Mas, autor responsável, tenho que pensar nos meus milhares de leitores (pretensão e água benta, já dizia vovó, não fazem mal a ninguém) e reconhecer que dupliquei-me sem razão justificativa. Assim, mantendo os Beatles, aproveito para colocar um que foi meu, como expliquei em Os Besouros de Liverpool em 22 de março próximo passado (adoro essa coisa do próximo passado), minha rendição à música que vazava da vitrola da Regina na Rua da Paz em Santos.
O Lucy in the Sky with Diamonds que, ingenuamente, escutei sem sub-textos lisérgicos, junto com toda a revolução sonora do LP onde a música se mostrava para mim, é marca para além de mim, coisa da nossa história in-comum (hoje entendo como quanto mais uma história é em comum, mais ela é incomum e universal, como os sertões de Guimarães e as mortes e as mortes de Quincas Berro D´água).
Aproveito que refaço a postagem e confesso: queria ter, quando idade eu tinha, experimentado a coisa, nem que fosse nos inocentes chás de cogumelo que me ofereciam em Mauá e que o careta em mim sempre recusou. Agora é tarde, agora estou na idade do olhar para trás, reler os traços que me fizeram o que serei amanhã. As viagens sem destino, a entrega às cores e à respiração das coisas, ficam confinadas no lisérgico dos desenhos do vídeo, que já não tenho coração (literalmente) para tais entregas. Pena, já que, apesar de filho de Dona Nise, não creio que na próxima encarnação posso tirar o atraso (e, se à Dona Nise eu der crédito, estou, como me garante um abalizado estudo que me foi maternalmente enviado, na minha última passagem por essas coisas encarnadas, fato que já relatei lá na Eununca Suméria, até hoje minha única autobiografia não autorizada).
De qualquer maneira, dos Beatles partimos, nos Beatles chegamos. A amiga continua nova e velha, e o desejo de agradá-la o mesmo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ah, que bela surpresa !!!

Yellow Submarine está na lista dos meus grandes filmes. Não só pela explosão continuada de músicas e cores mas também pela violenta mão azul. NO que se transforma em KNOW.

Sim através da arte tudo é possivel.

Obrigada Zé, agradou e muito !!!

Cristina