quinta-feira, 1 de maio de 2008

Orfeu e Eurídice (Gluck)


Em algum lugar do passado recente do blog, postei a homenagem emocionada de Nelson Freire a Guiomar Novaes tocando essa peça da ópera Orfeu e Eurídice de Gluck. A coisa era de colocar nos nossos olhos as mesmas lágrimas que denunciaram Nelson Freire. Mas, a melodia de Gluck era de uma beleza que ouso repetí-la aqui. Da percussão do piano às cordas do violino de Jascha Heifetz, a melodia me encanta, me emociona, me toca, cordas e superfícies, com sua beleza triste, tão condizente com a friagem que prenuncia o ventoso inverno campineiro (aliás, percebam como, na única tomada da platéia, as caras lembram as que acompanhavam Nelson Freire na outra postagem). Christoph Willibald Ritter von Gluck (1714-1787) demonstra que algo na música atravessa os séculos imaculadamente. Minto pois não consigo ver, neste nosso século, uma música que nos tome tão emocionalmente quanto essa passagem de Gluck. Mais ainda, serve para demonstrar que a ópera é um conceito vasto, e antigo, já que a música de Gluck se situa séculos antes do apogeu dos autores que costumamos reconhecer como operísticos.
Mas isso é tudo abobrinha, e abobrinha não é carambola, já que a música retorna por ser linda e, agora, poder ser escutada por si mesma.

3 comentários:

Anônimo disse...

Que beleza é a música de Gluck e que bom tê-lo de volta, cheio de inspiração !!!

Thanks a lot,

Cristina

Anônimo disse...

Emoção também minha pelo que li e agora ouço novamente neste quase raiar frio da madrugada de 02/05. Em casa Malu'Cat, minha Pipoca, eu e o que vem de desejo pela melodia - abraço forte, abraço apertado...cafezinho, palavras...

Esta música é mesmo linda e por si só pode ser ouvida, mas tanto melhor após o preâmbulo nada abobri-bola, caramba seu Zé!

Um beijo,

Meire

Anônimo disse...

A emoção tem som.
Grata por tanta beleza.
Lais