sexta-feira, 9 de maio de 2008

Coisas da guerra, minha nêga!




Lili Marlene é uma canção da guerra, a mesma que me fez lembrar meu pai posts atrás. Mas, mais que isso, ela tem uma história meio rara: foi, em suas várias versões, usada, como propaganda e provocação, por ambos os lados em conflito. Sua letra foi escrita por um soldado alemão durante a 1ª Grande Guerra (com o título de "Das Mädchen unter der Laterne" - a garora sob a lanterna) e foi musicada somente em 1938. Durante a 2ª Guerra, começou a ser usada pelos alemães (apesar da oposição de Goebbels, o Ministro de Propaganda do 3º Reich), mas foi logo em seguida incorporada pelo Outro Lado ( em uma gravação em inglês de Anne Shelton, tudo isso ainda no final da década de 30). Nos 40´s, gravada em inglês e alemão por Marlene Dietrich, firmou-se como uma música sem fronteiras, apesar de estar para sempre associada à 2ª Grande Guerra. A música, apesar de imortalizada pela Marlene que (en)cantava, teve ainda inúmeras gravações (Carly Simon gravou-a em 1997) ao longo do século XX. Acabou tornando-se um hino de um tempo que se acabou com a guerra, um sonho romântico que se tornou cada vez mais proibido na aurora dos tempos modernos que a Pax Americana inaugurou. Em 1980 Fassbinder filmou Lili Marleen, supostamente a história de Lale Andersen, a cantora de sua primeira gravação em alemão.

É justo dizer que a canção teve, em suas várias versões, letras diferentes da original, sempre ao sabor dos interesses de quem a vinculava (nos comentários coloco um versão brasileira da letra). Mas o ...Lili Marlene....Lili Marlene do estribilho nunca se alterou. Acabou virando uma canção anti-guerra, de celebração da humanidade que as guerras tentam destruir, uma bela canção de amor. E a gravação de Marlene Dietrich, o Anjo Azul que havia voado para o "nosso" lado, fincou-se como a definitiva.



A idéia da postagem veio de um comentário de Meire, lá nos idos de março, quando falei de meu pai, da guerra e de música.

2 comentários:

Zédu disse...

Versão Brasileira
Quando certo dia, deixei a minha Terra,
Para, no além mar, tomar parte na guerra
Contr' o tedesco combater,
Eu te deixei sem te esquecer,
A ti, Lili Marlene (bis).

No Panamá, mal pude te encontrar,
Pois para a luta, dispus-me a treinar.
Quanta poeira eu encontrei!
De sol a sol eu trabalhei,
Sem ti, Lili Marlene (bis).

Quanta surpresa e quanta alegria,
Tive na Pátria da Democracia.
Mas meu labor continuou,
E teu amor me acompanhou,
A mim, Lili Mariene (bis).

Vamos, Senta a pua! Eis o grito de guerra!
Vamos acabar co'a opressão da Terra!
Deixar-te-ei meu bem O.K.,
E não 'tou certo se voltarei,
Adeus, Lili Marlene (bis).

Quando na Itália, pronto pra lutar,
Neve e ração "C" eu tive qu' enfrentar,
Por toda parte onde eu andei,
Tão "poverina" eu encontrei
A ti, Lili Marlene (bis).

Volto à Pátria, com os louros da Vitória,
Após ter escrito u'a página na História.
Por ti a Paz eu conquistei,
E para o lar eu voltarei,
Contigo, Lili Mariene (bis).

Zédu disse...

Versão Italiana

Tutte le sere sotto a quel fanal
presso la caserna ti stavo ad aspettar
anche stasera aspetterò
e tutto il mondo scorderò
con te Lilì Marlene


O trombettier stasera non suonar
una volta ancora la voglio salutar
addio piccina dolce amor
ti porterò per sempre in cuor
con me Lilì Marlene


Dammi una rosa da tener sul cuor
legala col filo dei tuoi capelli d'or
forse domani piangerai
ma dopo tu sorriderai
a chi, Lilì Marlene

Quando nel fango debbo camminar
sotto il mio bottino mi sento vacillar
che cosa mai sarà di me
ma poi sorrido e penso a te
a te Lilì Marlene

Se chiudo gli occhi il viso tuo m'appar
come quella sera nel cerchio del fanal
tutte le notti sogno allor
di ritornar, di riposar
con te, Lilì Marlene

...tutte le notti sogno allor
di ritornar, di riposar
con te, Lilì Marlene

ambas as versões, essa e a brasileira, foram copiadas do site http://www.sentandoapua.com.br/joomla/content/view/38/51/ , sítio do pessoal do Senta a Pua, lema dos aviadores brasileiros que participaram da campanha na Itália