sexta-feira, 30 de maio de 2008

Sei lá, cinco mil coisas

Meu povo

E não é que ontem, bem antes d´eu ir dormir, o contador me falava em 4900 e poucas pessoas. Passei o dia prá lá e prá cá, volto, clico o blog e ultrapassamos a marca do meio 10000 (já fiquei ambicioso). É muita gente para tão poucos comentários.
Mas como sei que o contador é honesto, ou seja, conta um computador por dia, não importando quantas vezes o computado entra e sai do blog, é muita gente, num ritmo que se acelera devagarinho (mas, engenheiro que fui, e sempre serei, o importante é a derivada positiva, nesse caso até a segunda derivada, a da aceleração).
Aí fico querendo entender quem são essas pessoas silenciosas que por aqui aportam. Já desisti de clamar por comentários, beijinhos, agrados e mimos no blogueiro. Nunca funcionou. As pessoas passam por aqui em silêncio. É claro que tenho umas leitoras constantes (a acreditar nos comentários, só elas deixam marcas de batom), cometadoras ou não. É claro que sei de uns outros 3 ou 4 que passam meio que escondidinhos por aqui. Mas, ainda me espanto, quem são esses tantos outros que visitam, retornam, sem fazer nem um barulhinho bom? Sei lá, sei que são mais do que benvindos.
Mas, vejamos, no 7 de abril eram 3.011 visitantes de 529 cidades. Hoje são 5.008 de 699 cidades. Ou seja, são 1.997 novos acessos e 170 novas cidades, logo, tem muita gente/cidade se repetindo. Mesmo supondo que muitos passam por aqui sem querer, num bate e não volta, ainda assim é muita gente que se repete. Por exemplo, não acho que conquisto Lisboa , mas penso que o número crescente de acessos vindo lá das margens do Tejo me diz que alguns, por lá, vêem e voltam, meio assim meio fiéis e interessados. As mesmas contas posso supor em muitas outras cidades, daqui ou dali. E é estranho essa coisa dos "leitores" silenciosos.
Ao mesmo tempo, não é esse o destino de quem se propõe autor, ainda que seja dessa coisa meio brincalhona, mas muito espelho de mim? Que os leitores te leiam, sem jamais se preocupar em te agradar, coisa que alguns poucos amigos fazem, não é esse o destino da escrita em acha pública?
Sei que é bom, como já foi pesado antes. Em um passado recente (o contador é novidade de 2008), saber que muito mais gente do que supunha minha vã imaginação passeava por aqui era coisa que me pesava, me fazia reconsiderar poemas (meus principalmente; hoje voltei a não ligar, assumindo a coisa como minha), me obrigava ao trabalho (coisa que aprendi a gostar, visto ser um preguiçoso indisciplinado por natureza e criação). Hoje já, novamente, nada me pesa e aqui me divirto comigo mesmo. Os que me dizem também se divertir são importantes (quem não gosta?), mas me divirto para aquém, e além, deles.
Sei lá, o contador me conta mil histórias, na medida exata da minha imaginação e do tamanho dos meus desejos. Mas conta, sempre mais, sempre sempre.
E com isso, me conformo de maneira suave e até gostosa, a ser esse cantador de mim que o contador me garante. Com isso, já adianto a música que escolhi para fechar o mês e comemorar os 5.000 (já vinha ficando blasé, tanto que nem marquei os 4.000) Pois mais do que contador de mim, o blog mantém esse compromisso em que se prometeu lá pelos idos de fevereiro de 2007. Aqui, eu, caçador de mim. Um dia me abato e começo tudo de novo.


ver comentários

5 comentários:

Zédu disse...

Se a ocasião é de comemoração, e é, não posso deixar passar algumas coisas. Primeiro o vídeo que fiz, feito na pressa de postar ainda hoje, mas acho que a música diz tudo e meu Leão, que tá lá na Eununca Suméria, representa bem os mil momentos do blog que eu queria ter colocado, em fadings, no filminho.
Depois as pessoas que tem vindo comigo deste o início. Meire, Inês, Nina que me lê quietinha e às vezes comenta, e algumas outras poucas se é desde o início que falo.
Pelo meio do caminho outras foram chegando que aqui não ouso nomear para não cometer injustiças. Outras ainda respondem por um entusiasmo redivivo com o blog, pois confesso que vivia tendo meus momentos de chutar o balde.
Ao Milton peço desculpas por nem ter colocado o nome dele, e da música, na minha cantoria de hoje.
E a todos você, meu todo carinho nessa caçada sem fim.
PS. Ainda não vi o texto. Deve ter seus errinhos. Sempre têm. Outra hora corrijo.

Zédu disse...

Cliquem na figura que abre a postagem. Aí vai toda a minha pretensão, e um pouco de água benta.

Unknown disse...

Isto Zé querido, fugir com os olhos no longe! as armadilhas da mata escura eis o bom desafio. Eu gosto muito desta música. Nas minhas ingênuas doidices costumava parar com os meninos no alto da serra bem na chegada de moeda para ouvi-la com os olhos no longe das serras...Depois de alma lavada e rosto gelado desciamos rumo a moeda velha, grota de muitas emoções.

Porque você faz o que fez de remeternos a lembranças, de importar-se carinhosamente com a presença de potenciais leitores que marcam sua entrada no blog é que as pessoas voltam. Quem sabe uma hora destas uma, depois outra e mais outra, arriscam-se a comentar e até a conquistar aqui uma cadeira? De certo modo você lembrou que elas da arquibancada vêm participando à maneira delas do jogo proposto todos os dias por você.

Bon voyage!

Beijo

Meire

Nós os caçadores de mim...com portas entreabertas recebemos

I'm nobody/Who are you? disse...

É Clarice Lispector quem diz: "As melhores visitações que tive vieram, se sentaram e não disseram nada." Abraço saudoso!

Zédu disse...

A passagem pode ser efêmera, mas a amiga é permanenente. E vou robar-lhe a Clarice, que acabo de aprender com ela. beijo também saudoso.