"Quanto mais ando, querendo pessoas, parece que entro mais no sozinho do vago..." - foi o que pensei na ocasião. De pensar assim me desvalendo. Eu tinha culpa de tudo, na minha vida, e não sabia como não ter. Apertou em mim aquela tristeza, da pior de todas, que é a sem razão de motivo; que, quando notei que estava com dor-de-cabeça, e achei que por certo a tristeza vinha era daquilo, isso até me serviu de bom consolo. E eu nem sabia mais o montante que queria, nem aonde eu extenso ia."
Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas
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3 comentários:
As voltas que o mundo dá, o rio que nunca é o mesmo pois só a margem permanece, fazem de uma postagem de 21 de fevereiro de 2007 uma outra coisa. Quanto mais ando, mais parece que entro no sozinho do vago.
O trecho, que usei ali e aqui, sendo uma coisa e outra coisa na sua mesmice diferente, me foi enviado, naquela outra ocasião, pela Meire, então amiga recente que o blog costurou para sempre nos meus carinhos.
Essa coisa de eu mesmo viajar pelo blog vai dar nisso: passagens que foram uma coisa, são outra hoje e que, por igualmente belas lá e cá, vou não resistindo a tentação de redizê-las.
De qualquer forma, é sempre novidade para quem chega agora e tem preguiça de viajar muito longe na estrada do blog.
É ... Nas voltas que o mundo dá, retornos podem ocorrer em quem tão veredas quis ser. Quem sai do vago água boa pode beber.
Algumas revisitas costumam refundar sentimentos e emoções dadas por adormecidas. Antes que acordem no vago, melhor deixar o ermo, o longe caminhando rumo ao verde que nas veredas haverá o que encontrar...
É o que penso ou sinto agora.
Beijo/Meire
E o próprio jagunço diria:
"...o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas — mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam... viver é um descuido prosseguindo..."
O cair no sozinho do vago dá ao caminhar o sentido do prosseguir.
A vida é isso, é um "pensar que também há um direito à beleza."
Abs,
Lais
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