quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Metonímico


foto e montagem: Zédu
Na música,
o antepenúltimo som.
Na imagem,
a inacabada perfeição.
Na palavra,
a letra que diz não.
No amor,
a indiscutível ilusão.
.
Mas na vida,
basta um colchão.
Ou talvez não.
Um outro alguém.
Ou talvez nem.

Um comentário:

Unknown disse...

Que lhe dizer senão isto e pelas palavras dele ...pois eu não me atreveria a ousar num comentário que fosse querendo dizer de algo nesta direção. Fizesse isto e cometeria uma tremenda lacanagem. Então que ele mesmo lhe diga sobre o seu poema :

“Do mesmo modo no quarto ano de Seminário eu tenho desejado lhes mostrar que não há objeto, a não ser metonímico, o objeto do desejo sendo o objeto do desejo do outro, e o desejo sempre desejo doutra coisa, muito precisamente disso que falta ao objeto perdido primordialmente, na medida em que Freud no-lo mostra como sempre a ser reencontrado . Da mesma forma não há sentido, a não ser metafórico, quando sentido não surge senão da substituição de um significante a um significante na cadeia simbólica. (LACAN, Veredas No 0; p.27). “

Até onde ouso entender, seria de algo assim que fala o seu poema e do qual tanto gostei.
É ... nem sempre bastará um colchão e um outro alguém, mas quanto a ambos, por que não?

Bj

Meire