segunda-feira, 17 de março de 2008

Águas de março

No blog chovem recordações,
tentativa de lembrar tudo
recobrar todos amores
e as noites de meus bens.
E assim, entre tantas canções,
Pipoca vai acabar Veludo
e eu, liberto das dores,
tornarei a ser nenén.
.
E como nos tempos do Bosque,
que me falta na recordação
mas se marca como sinal,
retiro de meu estoque
a imagem do Chorão
e renasço um ponto final.
Na foto, Veludo, eu e uma pontinha do Chorão.

3 comentários:

Zédu disse...

No quintal da casa do Bosque tinha um Chorão, talvez a única recordação que tenho como minha daqueles quase três anos antes da Emilio Ribas (as outras são histórias, várias, que sempre me contaram, coisas do folclore familiar).
E como era inevitável, o significante impregnou-se para além da imagem da árvore que lhe deu forma, e fez-se traço em mim.
Daí o blues, o chro do saxofone, os lamentos de Paulinho, a alma de Mahler, a beleza da tristeza de Vinícius, as dores de Pergolesi, os lábios que beijei, e todos os choros tão chorados blog a fora.
O significante é foda, literalmente!

Zédu disse...

Essa foto, uma de várias tiradas no mesmo dia por meu pai, lembra outra foto, que se a ela aplicada a mesma receita do poeminha, acabaria em um final bem mais vergonhoso. Nina sabe, mas não conto para mais ninguém. Aliás, a idéia mesma dessa brincadeira em versos e rimas, nasceu de uma conversa com Nina sobre essa outra foto e meu retornar no tempo que vem marcando esse meu 2008 (retornar no tempo não é a mesma coisa do que andar para trás, muito pelo contrário, se soubermos que tudo são águas passadas ainda que as margens sejam as mesmas; só a terceira permanece, mas habitála, quem há de?)

Anônimo disse...

Aqui sem maiores comentários paro nos elementos da foto que eu adoro mesmo entendendo que nela estão para sempre, os sinais do chorão...

Estão nela o veludo com o menino no quintal e seu olhar para quem sabe mais alguém fora do foco, que supostamente lhe esfriasse o bom mingal.

um beijo
Meire