quinta-feira, 5 de junho de 2008

Os lençois do fantasma

Magrite

Tinha que te falar de mim
Para poder tentar a gente
Te contar de um certo fim
Para esse começar tão rente.

Confessar tantos desencantos
Dizer de todos sentimentos
Pesar montes de entretantos
E ousar um outro vão momento.

Tinha que te dizer do eu
De mim demonstrar o ponto
Para, acordado nos olhos teus,
Sonhar algum sonho tonto.

O peso que em mim carrego
As sombras de meu viver
Penduro em qualquer prego
Que teu olhar me devolver.

E seguirei descarregado
Em ti desreconhecido
O passado pendurado
Novos fantasmas vividos.

Frango, 02/05 de maio de 2008

2 comentários:

Inês Queiroz disse...

"Enquanto não superarmos
a ânsia do amor sem limites,
não podemos crescer
emocionalmente.
Enquanto não atravessarmos
a dor de nossa própria solidão,
continuaremos
a nos buscar em outras metades.
Para viver a dois, antes, é
necessário ser único."
Fernando Pessoa

Beijos,

Anônimo disse...

Boa noite Poeta,

Que bom ter entrado no blog antes de ir dormir. Levo comigo tanto além do Leblon, Madeleine Peyroux, e seu lindo poetar !!!