quinta-feira, 26 de junho de 2008

Letra vadia




Não acredito em silêncios
São sempre ensurdecedores.
Se aninham, cheios de letras
Nos desvãos de nossos terrores.

E elas falam, falam, sempre vazias
Misturam-se com nossos contos
Retornam em falas vazias
Nos afogam, nos deixam tontos.

É preciso ao falar dar abrigo
Gritar se necessário for
E arrancar dos esconderijos
O sentido e sua dor.

Depois dar trabalho às letras
Fazê-las espernear
Jogá-las pelas sarjetas
E deixá-las para a chuva levar.

Praça, 26 de junho de 2008

2 comentários:

paulete miletta. disse...

ontem passei horas a ler seu blog. adoro. e "roubo" vários escritos, imagens. tinha que confessar. beijo!

Zédu disse...

Gente. Cliquem na figura da minha amiga ervilha debaixo do fogão, descubram seu blog.
vale a pena.
Quando eu recolocar meus favoritos, ela estará nele.