terça-feira, 3 de junho de 2008

Dulcinéia

Quixote, Dali
Também sou feito em armaduras
Que insisto em um sempre negar.
Não é feita de ferro ou coisa dura
É barreira feita de ar.

E sendo  de ar, transpareço
Ofertado a qualquer olhar.
Mas, armadura, com ela impeço
O querer de mim se aproximar.

E sigo com minha lança em riste,
Garboso cavaleiro de se apaixonar.
No fundo, uma figura triste
Preso em uma bolha de ar.

E sonho uma Dulcinéia
Que enxergue mais que o tormento
E acabe com a minha odisséia
Soprando meus ares ao vento.
Para Ti

3 comentários:

Anônimo disse...

Tão feias e bonitas são as armaduras...


Veja se gosta deste

"Herdei de meus antepassados
Armaduras medievais enferrujadas
e fora de tamanho.

Não me protegem de nada
Mas mesmo assim me servem muito bem !"

Inês Queiroz disse...

A armadura é metálica e não cede ao sopro do que é vento apenas. Para sentir o toque da brisa, torna-se essencial despir-se do intransponível.
Beijos,

Anônimo disse...

Brincando com os seus versos , pergunto Para Ti que tristes Dulcinéias somos por enxergar em vão além do tormento. Estamos quase sempre impedidas de dar fim a odisséias sopradas dos ares de vento.

Deixo de mimo para você o endereço de um achado com poemas declamados. Tomara que goste. http://www.jgaraujo.com.br/declama/razoes.html

Um beijo

Meire