A ALMA ENTRELAÇADA DOS INDESCRITÍVEIS
Que canto há de cantar o que perdura?
A sombra, o sonho, o labirinto, o caos
A vertigem de ser, a asa, o grito.
Que mitos, meu amor, entre os lençóis:
O que tu pensas gozo é tão finito
E o que pensas amor é muito mais.
Como cobrir-te de pássaros e plumas
E ao mesmo tempo te dizer adeus
Porque imperfeito és carne e perecível
E o que eu desejo é luz e imaterial.
Que canto há de cantar o indefinível?
O toque sem tocar, o olhar sem ver
A alma, amor, entrelaçada dos indescritíveis.
Como te amar, sem nunca merecer?
Hilda Hilst
Obrigado, Lais
2 comentários:
Um canto triste,
extenuado,
derramado sobre um
vazio latente,
sem olhares,
sem toques,
pleno de
perplexidades,
vasto de indescritíveis.
Um canto (des)encantado.
Beijos,
Bravo!! Bravíssimo!! Grande Hilda Hilst.
bj
Meire
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