sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Saudades do outono

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Acho que de todas as coisas que vivi em meus quase quatro anos de Inglaterra, uma das que mais tenho saudades é a coisa do outono que quase não temos por aqui. A profusão de cores nas folhas das árvores, a luz já meio caída do sol ajudando a tingir tudo mais amarelo-avermelhado, o azul mais profundo do céu (coisa que, confesso, não era tão fácil assim de ver lá por Londres e seu tempo quase sempre cinza), tudo isso faz do outuno uma estação particularmente cheia de cores, mais do que consegue a primavera e suas flores.
E outono é coisa meio de calendário por aqui, A passagem do verão para o inverno se dá sem grandes explosões, apesar de que, no Rio, a mudança da luz sempre foi bela, e as amendoeiras, que por lá abundam, se amarelam e se desfolham bem no que pede a estação. A questão é que são poucas as árvores que ligam para o outono e, assim, a aquarela é bem mais pobre.
Ora direis, outono agora? certo, perdeste do senso. E eu vos direi no entanto que foi o calor insuportável da semana, agora passada em temperaturas um pouco mais primaveris, que me fizeram atento aos outonos de nunca mais.
Além disso, a saudade levou à música, outra faixa do histórico encontro entre John Coltrane e Johnny Hartman, dois veludos melodiosos, voz e sax que se desfolham como árvores no outono.

2 comentários:

Anônimo disse...

eu também sinto saudades das cores do outono: alaranjados, amarelados, avermelhados. Sinto saudades das cores da Nova Inglaterra, apesar de todos os dissabores que lá vivi: nos confins de Connecticut. Abraço saudoso.

Anônimo disse...
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