quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Quadrinha à moda de minha Vó Pata





Meu amor é um passarinho,
que canta com tanta beleza,
que apesar do eu sozinho,
espanta toda tristeza.






Desenho de Manoel de Barros, poeta e passarinho,

2 comentários:

Zédu disse...

Diz a lenda familiar que, tinha eu aquela idade do começar a falar, quando minha avó Maria José, insistia com o netinho: Fala, Vovó Maria José. Eu olhava bem para a figura, e do alto da sabedoria adquirida em outras encarnações soltava: Vovó Pata. Tanto insistiu a pobre senhora que passou a ser conhecida por todos os netos (sou o primeiro) que vieram depois por Vovó Pata. Pois Dona Maria José era dada à poesia, e compunha quadrinhas patrióticas que, transformadas em um singelo livrinho, vendia pelos Grupos Escolares de São Paulo (ela era diretora de um Grupo em São Paulo). Me lembro bem de uma que, para minha vergonha (na época) tive de ler no sistema de som do Grupo Escolar João Lourenço Rodrigues (eu já tinha essa voz de locutor de parque de diversões que tanto me serviu nos encantamentos necessários que fui encantando na vida). Era, em sua primeira parte, assim:
Salve 7 de setembro,
data tão varonil,
dia em que se comemora,
a independência do Brasil.
E aí ia. Gostava mais dela como Vó Pata. Um dia falo mais dela, e da criança que comecei a ser quando eu era criança.

Inês Queiroz disse...

Para desenho de Manoel de Barros, palavras de Manoel de Barros:

"Há pessoas que se compõem de atos,
ruídos, retratos. Outras de palavras."

Nessas "outras" encontrei você.

Beijos,