quarta-feira, 1 de agosto de 2007

No tormento da calmaria.


Fui,
vi,
e
voltei.

Da minha vida
outrora
saberei.

Não sou mais
quem foi,
não sou ainda
quem voltou.

Passei pelo Rio,
que passou em minha vida
e voltei para Barão,
cheio de novas feridas.

Fui um,
voltei outro.
De mim,
falo daqui a pouco.

Estou de volta,
nas voltas que o mundo dá.
Do Rio que busquei escolta,
o futuro saberá.

2 comentários:

Unknown disse...

Em quase verso eu diria ...Foi , viu e voltou?

Sabedoria é visar com gosto a vida outrora.

Eu compreendo o que diz em não ser mais o que para lá foi e nem ainda o que de lá voltou.

Coisa de maluca cravada nessa BH arrisco dizer que sua vida que passou pela do Rio que a lavou, lavando-o por histórias outras de atualizações maduras. Ela a sua vida é que também passará pela de Barão? Ou não?

Não seria da volta de qualquer um o sentimento de outras feridas e caminhos da própria vida?

Se foi pelo Rio lavada a sua vida, então leio e pressinto foi-se um, veio um que já fala de si e não daqui a pouco...Batismo em arroubos do sagrado e do profano que melhor não pode ser...

Desejo-lhe então que nas voltas que o mundo dá, tudo, tudo concorra para que nunca morra sem que volte para lá...onde Palmeiras o escoltem no cato de uma sabiá...que sempre o esperará.

Mas nunca deixe Campinas, palpite talvez bom de dar.

Mire de longe o Rio dessa Campinas que agora é mar, pois se o Zé é travessia, sabe que é nela onde tudo se disporá sem que nunca mais separe o partir do chegar...

Brincar com as palavras e o sentido delas está se tornando para mim uma das mais deliciosas formas de falar tendo em metáforas, bengalas de festejar o que pura alegria de um aprendizado - ser feliz pelo outro.

Essas Rio e Campinas de entradas, estradas, bandeiras e esmeraldas por lapidar...ainda lhe darão muito o que explorar.

(viagens de uma manhã azul de inspiração correndo para buscar Mariana e cair na vida assim como ela é...nas filas, e o que mais for ...rssss )

Abs

Meire

Anônimo disse...

Aprendizado

Do mesmo modo que te abriste à alegria
abre-te agora ao sofrimento
que é fruto dela
e seu avesso ardente.

Do mesmo modo
que da alegria foste
ao fundo
e te perdeste nela
e te achaste
nessa perda
deixa que a dor se exerça agora
sem mentiras
nem desculpas
e em tua carne vaporize
toda ilusão

que a vida só consome
o que a alimenta.

Ferreira Gullar
[Barulhos-1980-1987]
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Amo o que veio,
o que voltou,
e mais ainda,
o que ficou
em você.
bjs,