terça-feira, 26 de junho de 2007

Garrafas ao mar


Vou me tornando um rato dos sebos de Barão, onde renovo, baratinho, meu estoque de Simenons e outros bons mistérios do gênero, que a cabeça não anda para nada mais sério, perdida em pensamentos já por demais complicados. Vai daí que estava lendo um dos livros que comprei e, de repente, de dentro dele, cai uma folha de papel dobrado. Era esse desenho, que um pai ou mãe, da menina Cristina, guardou e esqueceu. Largado dentro de um livro, virou um daqueles bilhetes que colocamos em garrafas e jogamos ao mar (uma vez, em Mauá, Gilza e eu jogamos um bilhete com nossos mails e telefones nas águas do Rio Preto dentro de uma garrafa de plástico; nunco mais ouvimos dele). O livro viajou, ancorou em um sebo de Barão, A Valise de Cronópio, e terminou em minhas mãos. Dentro dele o bilhete da menina para esse menino que ando sendo.
Quem será, hoje, essa Cristininha que desenhou o bilhete? Espero que continue com os dias cheios de sol, de grama, de palmeiras e em uma casa com vitral colorido.

Dedicado a uma outra Christininha, que já mora no meu coração.

Um comentário:

Unknown disse...

É uma delícia o que te aconteceu. Algo semelhante ocorreu comigo em livros de sebos. E como a gente fica capturado pelo que encontra? No meu caso o que de mais interessante encontrei, foi a foto de uma provável amiga de quem repassou ao sebo. Era de Elaine para Clara com delicada dedicatória no ano de 82. Teria sido um final de semestre, de ano, o que ? Tão bonitinha. Eu guardo a foto na mesma página em que estava. O não saber nada delas, fez com que passasse a ter um significado de livro quase de emprétimo para mim. Zelo por ele. É uma sensação interessante, como se o livro viesse com uma história para além dele mesmo.
Muito lindinho o seu gesto de mostrar o seu achado. bjs/Meire