terça-feira, 29 de maio de 2007

Infanto juvenil


Têm dias que acordo morto,
têm outros que desperto vivo.
Têm noites que me sonho torto,
têm noites que sou só sorrisos
Duras são as tardes,
que ardem,
sem copos de chuva,
sem taças amantes,
sem cálices de risos.
.EE passam,
sem maior alarde,
entreato fútil,
vida inútil,
que sonha que acorda
e dorme antes que tarde.

4 comentários:

Unknown disse...

E não é isso mesmo, entrecena, interlúdio, intermédio, intervalo ou entreato? Nem sempre de despertares mortos ou só de sonhos tortos, se há também os de os só sorrisos.

Em suma infante jovem que nunca te faltem taças amantes, nem cálices de risos nem vida fútil o que é nada inútil.
Sonhe e acorde até meio torto meio, mas também desperto e vivo para que tarde seu adormecer...

Inês Queiroz disse...

Caramba! Adorei! Acho que é porque eu vi algo de familiar nesses versos.
Beijos,

Unknown disse...

Encontrei o que eu queria ter deixado aqui a você do João Cabral de Melo Neto
Para os serventes da Morte e da Vida Severina do poeta engenheiro.

"...E não há melhor resposta
que o espetáculo da vida:
vê-la desfiar seu fio,
que também se chama vida,
ver a fábrica que ela mesma,
teimosamente, se fabrica,
vê-la brotar como há pouco
em nova vida explodida;
mesmo quando é assim pequena
a explosão, como a ocorrida;
mesmo quando é uma explosão
como a de há pouco, franzina;
mesmo quando é a explosão
de uma vida severina."

(Morte e Vida Severina)

Anônimo disse...

Esse poema é espontaneamente lindo,
dos meus preferidos, entre os que já li. Entao nem quero comentar, no hace falta, hombre.