quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Mario Benedetti

Viceversa



Tengo miedo de verte
necesidad de verte
esperanza de verte
desazones de verte.
Tengo ganas de hallarte
certidumbre de hallarte
pobres dudas de hallarte
Tengo urgencia de oirte
alegria de oirte
buena suerte de oirte
y temores de oirte.
O sea,
resumiendo,
estoy jodido
y radiante
Quizá mas lo primero
que lo segundo
y también
viceversa.
.


.


Táctica y estratégia



Mi táctica es
.........mirarte
aprender como sos
quererte como sos.
.
mi táctica es
.......hablarte
y escucharte
construir con palabras
un puente indestructibile
.
mi táctica es
quedarme en tu recuerdo
no sé cómo
ni sé con que pretexto
pero quedarme en vos
.
mi táctica es
........ser franco
y saber que sos franca
y que nos nos vendamos
simulacros
para que entre los dos
no haya telón
............ ni abismos
.
mi estrategia es
en cambio
más profunda y más
..................... simple
.
mi estrategia es
que un dia qualquiera
no sé como
ni sé con qué pretexto
por fin
.............. me necessites





Mário Benedetti

3 comentários:

Inês Queiroz disse...

Gostei muito de ver "Viceversa" por aqui.
Entre abril e outubro os versos mantiveram os seus propósitos. Ou fomos nós que mantivemos os versos? Quiçá mais o primeiro que o segundo, e também vice-versa.
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Nada do que foi dito nos versos de "Táctica y estratégia ultrapassa os limites das possibilidades. Basta a vida estar a favor.

Beijos,

Anônimo disse...

Zédu,
Poesias que gostei muito pelo que evidenciam de como somos fragmentados em nossa identidade –mosaico , colcha de retalhos, de uma vida tão multifacetada. Como são fragmentados nossos desejos de mulheres e homens? Quanto padecimento sob as formas de repressão, do travo das culturas até as mais silenciosos e violentos impedimentos que nos submetem a todos e a qualquer um. Muitas vezes por meros caprichos. Assim vejo nas poesias de M. Benedetti provocação a que eu pense no mais simples modo de saber viver , no singelo. Bem que podia ser esse o jeito de achar a minha marca no mundo fazendo a diferença entre situações independente de serem ou não violentas, se muitas delas mesmo brandas nos torturam também, exilando-nos de nós mesmos. Por isso leio o autor que nos oferece e me sinto uma das suas personagens pelos constantes processos que vivi quando posta em cheque, tendo então que arrumar remos para esse navegar insano com a maior alteridade possível, incluindo nisto a desordem em que me vejo muitas vezes, a falta de permanência que me faz tanto à deriva e com infinitas perguntas sobre a minha real identidade e sua relação com o significado de minha vida. Mas ao mesmo tempo bandeio para pensar que isso é uma sutil autoconstrução, lenta/ tensa e contraditoriamente levemente e desarmônica. Será construção–desconstrução o tempo todo?
Parando por aqui digo: Grande Mário, o Benedetti. Sorrindo por uma razão bem particular. Pois ele também se chama Mário....
Beijão meu amigo
Meire

Anônimo disse...

Gracias, Mario, por expresarme tanto y con tanto encanto.

Neuza.