Dela tomei o gesto e o gosto torpe,
a tempestade e o sangue,
o grito surdo, a palavra muda,
o terror e o vulcão voraz
a infinita surpresa atõnita
Nela, sorri felina verdade,
amargo encontro desencontrado,
o olhar negado, o recolhido gesto,
um antes acabado
em sabor de resto
e o oferecido pulso, cicatrizado.
Dela tomei a seiva rubra
escorrida, coagulada
e o colar sem pérolas,
tatuagem riscada;
a corda, o quase, e o talvez falhado.
Inconfidencia enforcada,
vergonha, nudez, nada.
Dela inventei um gosto
roto,
de boca não beijada,
de solitário arrepio de um abraço
nunca dado;
a dor, o amor e o fracassado
Nela, restei e vi
a desistência,
e desisti de repetir
o acordar maldito,
o terror não escrito,
os pontos cegos.
E aprendi estranho Isso
que nela ouvi.
E nela, fiz-me
novamente again
pela primeira vez.
Insistencia atenta,
tateares tontos,
bêbados passos,
precários equilibrares,
equivocado no oco
louco
que nela vi.
Por ela um eu passou-me
e fez-se prá trás, distante
deste outro mesmo agora diferente,
que o, dela, instante,
equilibra abismos,
e vive muito bem
dela prá frente.
Dela, guardo meu presente
e sou, eternamente,
do gesto heróico,
bardo redundante.
Por ela, sigo adiante.
E ela nela restou.
E dela só ela sabe o sabor
desta história dela
que em nós queimou.
Nela, aposto um risco
que, valendo-me a pena
será, dela, nosso petisco.
E, por ela, me arrisco!
Um dia qualquer do último setembro do último ano do século passado
Um comentário:
Sim, provavelmente por isso e
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