sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Escritura


De repente, te vi
querida amiga distante.
Tão dentro de mim,
tão impossível instante,
tão eu já não mais de ti,
breve começo que já chegava ao fim.
E foi na alegria
por ti sentida
que me descobri
assim de partida.
Nos sorrisos do dia,
restos em minha imaginação,
no teu rosto a sonhada alegria,
a inevitável comemoração.
Pizza, família, folia.
Lá eu não estava,
nem poderia.
E só me restava
dar algumas palavras frias
deste calor primeiro que me invadiu,
deste novo gostar que vou descobrindo
dos véus amorosos,
dos dias gostosos em que você não fugiu
- e  foram tão poucos -
de meu coração repartindo,
do mudo que ficou rouco,
da ida agora sem volta,
da volta para detrás da porta.
E a palavra entristecida
que não podia ser dita,
que não cabia no dia,
que não deveria,
criou raízes em mim.
E fiquei, alegre e triste,
assim.
Como quem já não insiste
e troca
o sonho
pelo que não existe.

Frango, 02 de setembro de 2008

Um comentário:

Anônimo disse...

Como ladra que sempre fui, das coisas de ti, roubei.
Porque é um dos mais lindos.