quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Contagem regressiva: -4 (Odisséia do mero eu)























Se desse seu navegar a toa
Acabei virando porto,
É melhor esclarecer, numa boa,
Pra que nada nos reste torto.

Que você esteja atento
Nessa minha parca odisséia,
Aos versos soltos ao vento
e minha toda prosopopéia.

Não falo aqui de sereias,
Que coragem não tive tanto,
De me amarrar com correias
Para delas escutar o encanto.

Nem conto de outros monstros,
Nem de lutas c´outras gentes.
Pois se Homero me assopra o ponto,
Meu grego é bem diferente.

Não lerá sobre ilhas mágicas,
Nem de como carambolei ciclopes.
Mas, de tudo a coisa mais trágica,
É Penelope, que perdi em duro golpe.

Odisséia, apesar e mesmo assim,
Aqui canto um quase nada
Da história de como sarei de mim
E toquei minha jornada.

Pois se grega foi a tragédia
Onde tudo começou,
Aqui, sem ser jamais comédia,
Do drama pouco restou.

Mas você tem que querer
Ler o blog de cabo a rabo,
Sendo o cabo o seu nascer
E o rabo o que aqui não acabo.

Pois quando, vindo lá do começo,
Aqui você retornar,
A menos de algum tropeço,
Mais viagem há de encontrar.

Por isso, lhe peço, atente,
Para o ritmo da falação.
E sabendo que sou só gente,
Há de costurar a questão.

Fique então, pois, avisado,
Se aqui acabou de chegar,
Que meus versos ficam pelados
Se ao começo não se emendar.

Mas confesso, sem vergonha,
Que preferia esses versos cantar
Para uma cabeça na fronha,
Para a mulher de meu deitar.

Assim, se souber de alguma
Que se encante com tanto querer,
Me aponte, me mostre a uma
Que vai comigo a-mor-te-cer.

E, depois de tão confessado,
Lhe deixo com sua vontade,
E lembro que preguiça é pecado
Que faz da vida metade.

Mas se você não está contente
Com esse meu cordel encarnado,
Não se avexe, siga em frente,
Meu prazer já está postado.

postado no 04 de setembro de 2007

2 comentários:

Unknown disse...

Ualllllllll a-do-rei!!!!!!!!! Bravíssimo também


Meire

Zédu disse...

Meire,
Saudades de você e de seus comentários. Afinal, aquilo que o blog aproxima, ninguém há de separar.
Beijos todos