terça-feira, 9 de setembro de 2008

Grande amiga, sempre presente





 

Deter o andar do tempo
Antonio Miranda Fernandes

Como faz, suponho, quase toda gente,
Eu, às vezes, para avaliar os meus passos,
Interrompo o caminhar e olho para trás.
Neste mundo em que quase tudo se
Compra e se vende,
Vejo um tabuleiro aberto, talvez pequeno,
Com coisas que dividi e ainda o faço,
(mesmo porque a bagagem ficaria pesada)
Sem nada pedir em troca.
Meu coração não tem sombras como abrigo,
E raramente vivi medo que eu não esperasse,
Ou fiz meia-volta diante de um perigo,
Se o meu objetivo estava adiante.
Mas hoje me pergunto que corda usar,
Que laços fazer para deter, num avançar lento,
Sem que ele deixe de ser meu,
Este andar do tempo que me incomoda.

Presente de |Meire

Um comentário:

Anônimo disse...

Ei Zédu,

Bom que tenha gostado. Mas a cada vez que leio Deter o andar do tempo, fica uma pergunta que não quer calar: seria deter ou viver o tempo? Fosse vivê-lo e com certeza já fora do poema, onde se quer detê-lo, do vivido dele talvez ficasse como tempo de cada um e bem ao contrário o que não incomodasse. Se volto ao poema penso um Antonio Fernandes talvez com as suas razões para querer detê-lo no verso. Já ele por ele mesmo, sempre soube vivê-lo em grande intensidade, ou como diria Pessoa seria também esse poeta um grande fingidor?

Um beijo meu amigo,

Meire



Um beijo meu amigo

Meire