quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

O Homem das Carambolas

foto: Homem das Carambolas, o próprio



Nos caminhos onde errei
Nas estradas que caminhei
Nas sargetas onde sentei
Nas beiradas onde chorei
Nos lugares que já nem sei
Nas mulheres, sempre do rei
Nas gentes, em toda grei
Tornei o que ainda serei.
.
Dos idos já bem passados
Dos segredos desnudados
Dos sagrados denunciados
Dos meus mortos já velados
Do povo que tive ao meu lado
De todos os meus amados
Do esposo, amante, amigado
Sou um fátuo consumado.
.
No presente onde me sinto
Me faço de meu passado.
No futuro, onde me minto,
Vive o hoje denunciado.
O agora é meu absinto
Meu aqui embriagado
Nas cores com que me tinto
E me faço anunciado.

Frango, 18 de dezembro de 2007





Um comentário:

Anônimo disse...

Zedu,


Muito bom...cadência boa de ler quando "fala e diz" de você.

Meire