sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Meu aniverário foi uma festa.


A velhice em mim só aumenta
Desde o ano de quarenta e oito.
E no sonho que me amamenta,
Continuo, a penas, o fim de um coito.

Já sou quase sessentão,
Nesse quase que me sustenta
Em festa e comemoração
O ainda dos meus cinqüenta.

Impávido, o tempo passa
Como nuvem que nunca chove.
Um brinde, um roçar de taças,
Aos meus cumpridos cinquenta e nove.

Mas, no entretanto vivo,
E sigo o que me tornei,
Pois o tempo é meu amigo,
Foi nele que sempre errei.

Sou homem, jovem, criança,
Paladino de meus próprios ais,
Quixote de minha santa pança,
Sou hoje para nunca mais.

Meus fantasmas são moinhos
Que rodam na minha mancha.
Sou mais velho, estou sozinho,
Mas dono de minhas tamancas.




Começei lá no berçário,
Vivi do meu palavrório.
Hoje faço aniversário,
Amanhã vou ser velório.


oito de setembro de 2007, no Frango, é claro

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