quinta-feira, 10 de julho de 2008

Alegretto


Lá pelo início da década de 80 começaram acontecer os Free Jazz Festival  no Rio. Numa de suas edições, ano que já não me lembro qual, fomos, Nina e eu, a alguns dos dias. Um deles fechava-se com Sonny Rollins. A emoção que me tomou quando, saido detrás das coxias, ele entrou em um solo solitário e poderoso com seu instrumento, me fez seu fã para sempre. A força, a musicalidade, a alegria do artista com sua arte, tudo isso escancarados de uma foma visceral, até hoje, quando me lembro, ressoam dentro de mim e me fazem balançar. 
Eu já havia postado um belíssimo solo de Sonny Rollins em Body and Soul em algum lugar do passado do blog. Mas o moço nunca é demais e nunca faltarão gravações estupendas deste que que é um dos colossos do jazz moderno. Quem quiser saber mais do personagem, pois é isso que Sonny Rollins é, para além de um músico excepcional, pode começar consultando o verbete com seu nopme na Wikipédia (em inglês) clicando aqui.
A música de hoje, uma superba gravação de Sonny Rollins ao lado do gigante que foi Coleman Hawkins, é jazz na maior acepção da palavra. Talvez até meio jazz demais para aqueles que têm se acostumado com as baladas mais românticas que normalmente posto por aqui. Mas, that´s jazz! And I love jazz!
Gravada em 1963, All The Things You Are, um standard da canção americana que até acho que já postei por aqui em outras versões, nas palavras de Ken Burns testify to his (Sonny Rollins) gladiatorial instincts; the track with Hawkins, in particular, captures some of Rollins´s most adventurous and boldly conceived work on record. E como Sonny Rollins, junto com Coltrane, faz parte das minhas divindades do sax, eu não precisava de maiores razões para dividí-la com vocês.
Além disso, aproveito a carona na alegria solta desta gravação e presto contas de outras alegrias, outros improvisos, outras canções que vão se construindo na junção de outras artes e manhas. Só espero que meu sorriso besta não atrapalhe a audição da música.



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