terça-feira, 27 de novembro de 2007

Objeto há


Por detrás daquele muro,
reinava a escuridão.
E uma voz, quase um sussurro
que só sabia dizer não.
.
As coisas ao bater no muro
viravam o seu próprio avesso
e voltavam daquele escuro
avessadas de volta ao começo.
.
E assim as coisas eram,
as coisas e as coisas não,
para todos os que quiseram
nas coisas botar as mãos.
.
E de avesso em contrário,
cada qual uma coisa louca,
nasceu o vocabulário
e o homem abriu a boca.
.
Mas o muro permanece,
continua a escuridão
e a palavra acontece
somente quando diz não.

Um comentário:

Anônimo disse...

zédu,
artista da vida.
enigma poético.
crisálida da poesia.