sábado, 24 de novembro de 2007

Manchas de mim


Eu hoje nasci novamente
um eu que ainda não sei,
um eu que não sabe ou sente
ainda o que saberei.

De mim o que resta
é coisa a descobrir.
Espiar desvãos e frestas
para não me deixar fugir.

Gostava do m´eu passado,
gostarei deste presente?
No entanto a ele condenado
vou comigo tocar em frente.

Nas manchas onde me formei
de outros tantos de mim nascidos,
vou brincar de esconde, esconde
com esse meu novo amigo.
foto: Zédu

Um comentário:

Anônimo disse...

Já parou pra observar algumas gotas de óleo num recipiente com água? Ora são duas, ora uma, ora três... Depende muito da dança da água, não é mesmo? Pois bem. Com relação a coisa que te resta descobrir, e ainda valendo-me das metáforas, creio que a solução é simples. Basta esvaziar o recipiente. Caso decida enche-lo novamente, é sabido que a água e o óleo não mais serão os mesmos, mas isso é um mero detalhe para quem acabou de nascer um eu que ainda não sabe.