quarta-feira, 4 de julho de 2007

Sativa


Puxar um fumo,
ficar um tanto tonto.
Descobrir em tudo o Tudo,
colocar ponta nos pontos,
e entender, enfim, e ao fim,
o mundo.
No brilho de todos os cacos
de um espelho fumo partido,
refletir, mal formatado,
no nada além dos nacos
de um sativo sabido,
a solidão que é lava
e que tudo cobre
sorrindo dentes de chumbo.
E, do fundo do gosto do fumo,
a luz da certeza crava,
no seio de meu peito fundo,
a sina escrava
e o fim do mundo.


Um comentário:

Anônimo disse...

Como disse Paracelso, médico alquimista numa época que ninguem imaginava que veneno de cobra seria tambem remédio.

Nada é Veneno.
Tudo é veneno.