segunda-feira, 19 de março de 2007

Estudo para uma jovem mulher








.











Te procuro nas coisas boas
em nenhuma
te encontro inteiro
em cada uma te inauguro
Alice Ruiz
.

Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho.
Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho.
Estou podando meu jardim.
Estou cuidando de mim.
Vander Lee
.
Eu sempre sonho que uma coisa gera,
nunca nada está morto.
O que não parece vivo, aduba.
O que parece estático, espera.
Adélia Prado
.
Não fosse isso e era menos,
não fosse tanto e era quase.
P. Leminsky

Um comentário:

Unknown disse...

Já que está aí essa forma de ensinamento síntese do poema Leitura da Adélia Prado, esses que tornaram-se máximas de vida para mim há pelo menos 15 anos, ofereço a você outra poesia dela carregada da brejeirice mineira marca da sua produção literária.

Ensinamento

Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
"Coitado, até essa hora no serviço pesado".
Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.
___________

É dessa poesia que mais gosto, a que se faz "do" e "no" cotidiano.