De repente, te vi
querida amiga distante.
Tão dentro de mim,
tão impossível instante,
tão eu já não mais de ti,
breve começo que já chegava ao fim.
E foi na alegria
por ti sentida
que me descobri
assim de partida.
Nos sorrisos do dia,
restos em minha imaginação,
no teu rosto a sonhada alegria,
a inevitável comemoração.
Pizza, família, folia.
Lá eu não estava,
nem poderia.
E só me restava
dar algumas palavras frias
deste calor primeiro que me invadiu,
deste novo gostar que vou descobrindo
dos véus amorosos,
dos dias gostosos em que você não fugiu
- e foram tão poucos -
de meu coração repartindo,
do mudo que ficou rouco,
da ida agora sem volta,
da volta para detrás da porta.
E a palavra entristecida
que não podia ser dita,
que não cabia no dia,
que não deveria,
criou raízes em mim.
E fiquei, alegre e triste,
assim.
Como quem já não insiste
e troca
o sonho
pelo que não existe.
Frango, 02 de setembro de 2008
Um comentário:
Como ladra que sempre fui, das coisas de ti, roubei.
Porque é um dos mais lindos.
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