O que me encanta é a magia,
Que resiste ao nada que a sustenta
O que me seduz é a beleza,
Que resiste às carnes corroídas
O me diz é o carinho
Que resiste à ausência que se impõe ao toque.
.
O que sei é o que me sinto,
Belo, encantado, acolhido
Como a pérola da qual nada sabe a concha
Me resguardo em quem não me sabe.
Escondido, escandido, nada para nenhum olhar
.
Até que um pescador me colha e me revele,
Outra pérola em busca de uma menina
Que me fixe enfeite, enfeitiçada,
E me retorne ao nada donde parti.
.
.
Que resiste ao nada que a sustenta
O que me seduz é a beleza,
Que resiste às carnes corroídas
O me diz é o carinho
Que resiste à ausência que se impõe ao toque.
.
O que sei é o que me sinto,
Belo, encantado, acolhido
Como a pérola da qual nada sabe a concha
Me resguardo em quem não me sabe.
Escondido, escandido, nada para nenhum olhar
.
Até que um pescador me colha e me revele,
Outra pérola em busca de uma menina
Que me fixe enfeite, enfeitiçada,
E me retorne ao nada donde parti.
.
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Para ser lido, e olhado, escutando Bizet, Les Peucheurs des Perles, de preferência cantado por Alain Vanzo
ver comentários sobre o retorno da postagem
7 comentários:
Não achei Alain Vanzo sugerido. Vc facilitaria minha vida e me enviaria um link? Many thanks either way.
Leila
Vou aprendendo que certas postagens mudam com as minhas mudanças e dizem, sendo as mesmas, outras novas coisas. Outras, retornam pelos mais variados motivos, inclusive a pedidos, até mesmo como amuletos de minha escolha.
Essa Menina, postada no primeiro semestre do ano passado é um pouco de tudo que digo acima; novo dizer, pedido, amuleto, e ficará por uns tempos abrindo o blog.
Zé,
A vida é isso. Um incessante repetir-se nas mesmas outras novas coisas.
Tristezas e alegrias sempre vêm e vão de um outro mesmo jeito, ainda que, vez por outra, a alegria resolve alojar-se no alto das copas. Mas há o canto dos pássaros. Há a poesia. Há o pescador de pérolas. Há o menino Zé erguendo, com a ternura que lhe cabe, uma grande escada para que ela volte a mim.
Meu sempre querer,
Inês,
É uma escada em caracol
E que não tem corrimão.
Vai a caminho do Sol
Mas nunca passa do chão.
Os degraus, quanto mais altos,
Mais estragados estão,
Nem sustos nem sobressaltos
servem sequer de lição.
Quem tem medo não a sobe
Quem tem sonhos também não.
Há quem chegue a deitar fora
O lastro do coração.
Sobe-se numa corrida.
Corre-se perigos em vão.
Adivinhaste: é a vida
A escada sem corrimão.
David Mourão-Ferreira
---
Porque viver é um transitar constante por escadas sem corrimãos, onde, efetivamente, as dores, os sustos e os sobressaltos não são lastros, são provas. E o apoio somos nós.
Meu beijo,
Inês
José Eduardo, esse seu contador está demorando pra carregar e ainda está emperrando a página.
Gostei da sua poesia, que para mim é nova. Só os motivos do retorno, pelo que eu entendi, são os mesmos.
Lembra a linda poesia do Mia Couto abaixo. Acho que é porque também fala de pérolas.
Cora Coralina
Caro(a) anônimo,
Também venho achando o contador meio lerdo. Mas como ele continua me contando, de pingo em pingo, suporto-o.
A paciência, quase desaprendi, é uma virtude.
As poesias são sempre novas, mesmo para os pobres autores. Já os motivos.... São tantos...
Interessante essa menina do brinco de pérolas, por tudo que traz de volta , por tudo que evoca , por tudo o que mexe com todo mundo. E o poema lido outra vez como o rio quando a ele se volta, nunca é também o mesmo. Gostei de andar por aqui, pois curiosamente revisito a mim mesma quando de outros tempos por aqui.
É ...quanta saudade do meu amigo
Pois saudade de amigo que é amigo, é coisa séria.
Pede horas de conversa, pede café, cerveja, caminhada, riso, canto , silêncios,
Pé de frutas frescas apanhadas na praça ficará sempre
como possibilidade ou como lembrança,
Como coisa viva ficará a saudade.
Meu beijo amigo,
Meire
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