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Pretérito Presente
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Era uma vez uma menina,
pérola assim meio escondida,
fechada em concha, cumprindo sina,
vivia no escuro, meio sem vida.
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Poeira de sua própria ostra,
doente de passadas mágoas,
sorria falsa, mulher à mostra,
trancada em si, imersa em águas.
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Um dia um menino a colhe,
ostra trancada, proibida jóia.
E nele, dela, ele escolhe.
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Apanha a pérola, devolve a ostra,
que, então, sem ela, nas ondas bóia.
Nele a menina, ao mar a crosta.
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Pérola a mostra, menino amante.
Mulher exposta, homem o bastante.
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E assim supino, meio que de repente,
viraram meninos, e foram para sempre.
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pérola assim meio escondida,
fechada em concha, cumprindo sina,
vivia no escuro, meio sem vida.
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Poeira de sua própria ostra,
doente de passadas mágoas,
sorria falsa, mulher à mostra,
trancada em si, imersa em águas.
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Um dia um menino a colhe,
ostra trancada, proibida jóia.
E nele, dela, ele escolhe.
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Apanha a pérola, devolve a ostra,
que, então, sem ela, nas ondas bóia.
Nele a menina, ao mar a crosta.
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Pérola a mostra, menino amante.
Mulher exposta, homem o bastante.
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E assim supino, meio que de repente,
viraram meninos, e foram para sempre.
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Pretérito presente!