Me calam os testemunhos
Não retornam minhas procurações
Às vezes, me acabrunho
No mais, assovio canções.
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Barão me continua deserto
Sem falas, risos ou gentes
Só a Praça aqui por perto
Me acolhe e me consente.
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Na Praça continua o apreender
Dos pássaros a cantoria
De Pipoca, um bem viver
Das árvores, sabedoria.
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Mas gentes, carnes e ossos
Continuam passando ao largo
Sou eu, são eles, nunca nossos
Nestas terras onde naufrago.
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Melhor desfraldar as velas
Preparar todos cordames
E lançar minha caravela
Em busca de quem me ame.
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Pois navegar é precisão
De todas a mais necessária
Há que singrar a escuridão
Até retomar minha praia.
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Lá onde o mar é rio
No litoral de minhas gentes
Enfrentar o mar bravio
Seguir todo sol nascente.
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Calar mudos de bocas cheias
Espanar ocupados e caretas
Deixar ao deserto a areia
Revirar minha ampulheta
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E então novamente sofrer
Nas águas de meus amores
Sabendo que quando morrer
Alguém me pagará as flores.
Um comentário:
Quem comentar-ir-ia?
Silêncio que há de fazê-lo alguém do sentido aqui dito.
Beijo meu amigo,
Meire
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