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Ralph Albert Blakelock
José Luís Peixoto
em A Criança em Ruínas
De/para Ayan
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Ralph Albert Blakelock
um dia, quando a ternura for
a única regra da manhã,
acordarei entre os teus braços.
a tua pele será talvez demasiado bela
e a luz compreenderá a impossível
compreensão do amor.
um dia, quando a chuva secar na memória,
quando o inverno for tão distante,
quando o frio responder devagar
como a voz arrastada de um velho,
estarei contigo e cantarão pássaros
no parapeito da nossa janela.
sim, cantarão pássaros, haverá flores,
mas nada disso será culpa minha,
porque eu acordarei nos teus braços
e não direi nem uma palavra, nem o príncipio
de uma palavra, para não estragar
a perfeição da felicidade.
a única regra da manhã,
acordarei entre os teus braços.
a tua pele será talvez demasiado bela
e a luz compreenderá a impossível
compreensão do amor.
um dia, quando a chuva secar na memória,
quando o inverno for tão distante,
quando o frio responder devagar
como a voz arrastada de um velho,
estarei contigo e cantarão pássaros
no parapeito da nossa janela.
sim, cantarão pássaros, haverá flores,
mas nada disso será culpa minha,
porque eu acordarei nos teus braços
e não direi nem uma palavra, nem o príncipio
de uma palavra, para não estragar
a perfeição da felicidade.
José Luís Peixoto
em A Criança em Ruínas
De/para Ayan
.
Um comentário:
De/para Q.
"sim, cantarão pássaros, haverá flores,
mas nada disso será culpa minha,
porque eu acordarei nos teus braços
e não direi nem uma palavra, nem o príncipio
de uma palavra, para não estragar
a perfeição da felicidade."
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