Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim quando mais tarde me procure
quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor que tive:
Que não seja imortal posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Vinícius de Moraes
Estoril, outubro de 1939
2 comentários:
Para mim, este soneto beira a perfeição, se não for em métrica, rima ou qualquer regra poética ou gramática, a perfeição do sentimento. beijo
Maritza
Maritza,
Aguarde a última parte dessa minha série sobre Vinícius (ó céus! quando?)que vou falar sobre esse poema para a nossa geração.
Mais uma vez, beijos pela visita.
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