quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Vinícius de Moraes - Parte II - Fidelidade


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De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim quando mais tarde me procure
quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor que tive:
Que não seja imortal posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinícius de Moraes
Estoril, outubro de 1939

2 comentários:

  1. Para mim, este soneto beira a perfeição, se não for em métrica, rima ou qualquer regra poética ou gramática, a perfeição do sentimento. beijo
    Maritza

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  2. Maritza,
    Aguarde a última parte dessa minha série sobre Vinícius (ó céus! quando?)que vou falar sobre esse poema para a nossa geração.
    Mais uma vez, beijos pela visita.

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