terça-feira, 19 de junho de 2007

A-mor-te-(c/s)er



Me mato um pouco aos pouquinhos
Vivendo sempre um dia a mais
Pois ao contrário dos AA´s louquinhos
Pouco me importa o dia que jaz.
.
Pois viver é sempre se suicidar
Insistir no apesar, apostar no talvez
Correr os riscos, e se desgastar
Saber que tudo é só uma vez
.
Nada guardar, querer de tudo um mais
Viciar a busca, no impossível insistir
Ousar nos vícios, não desistir jamais
Viver a vida, ousar o ser e o existir.
.
Pois se a morte é certa e a hora incerta
A Medonha é cega e não sabe escolher
E nos cabe, à vida, ser coisa esperta
Que basta estar vivo para depois morrer

Um comentário:

  1. Olhe só ao que esta sua poesia me remeteu! Estou aqui em 1954, nos meus 6 anos de idade, quando para mim é absolutamente misterioso declamar uma poesia que falava da morte. Ela me causava estranheza pelo que se dizia nela de contraditório com o que eu duramente tinha que assimilar de uma hora para a outra. Inesprerada minha mãe nos deixou no inícinho daquele ano, sendo ela ainda tão novinha e tão linda. Quem teria me ensinado aquela poesia e por que o teria feito? O que me lembrava com alguns vazios era da própria poesia. Mas o que não faz por nós o santo google? Em poucas palavras estava ela ali na minha frente purinha como era em uma site português. Era assim :

    À morte ninguém escapa
    Nem o rei, nem o bispo, nem o papa,
    Mas hei-de escapar eu:
    Compro uma panela
    que me custa um vintém
    Meto-me dentro dela
    E tapo-me muito bem...
    Vem a morte e diz:
    - Huum, aqui não há ninguém!!!
    Boas noites, meus senhores,
    Passem por cá muito bem...

    Me vi declamando-a com gestos coincidentes com o sentido de cada verso lá do vão de uma grande janela a todos que me fizesse auditório. Paparicavam-me até!

    Então viajando na sua poesia senti uma certa nostalgia envolta nas sensações daqueles dias tão distantes, mas saudade mais ainda de futuro que àainda estaria por vir.

    Sua advertência é muito boa para momentos de inesperadas desventuras: [...] "Pois se a morte é certa e a hora incerta A Medonha é cega e não sabe escolher E nos cabe, à vida, ser coisa esperta Que basta estar vivo para depois morrer"

    Se assim é e com o que sei desde tenra idade vou dar um jeito de arranjar uma panela para me colocar dentro, para caso ela passe: - diga não há ninguém...

    Um beijo agradecido pelo vôo que me permitiu no tempo de onde ainda tenho muito a esclarecer...

    Meire

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