quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Poema sem forma


Klint

Nos ocos de meu vazio
Entre margens que lá não existem
Corre um também impossível rio.

Às vezes faz litoral,
Outras, profundo interior.
Em ambos, navego mal.

Por eles atravessado
Em corte de dois sem sutura
Neles me sou naufragado.

Entre doces e travessuras
Nas abóboras sempre assombrado
Meus rios, minha aventura.
.
E esse rios que correm sem mim
Cavando o barro das margens
Lambendo, da praia, as areias
Conformam o vazio que me nomeia
O centro de minhas miragens
E o buraco que brilha no fim.

E onde sou, não navego
Onde não sou, navegado
Às margens, Édipo cego
De mim mesmo exilado.
Frango, o2 de outubro de 2008

2 comentários:

  1. Zédu,
    tentando entender o teu poema. Tão rebuscado, tão triste, tão cheio de metáforas e, mesmo assim, de dificil clarear, tão bonito.
    Dalva

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  2. Cara Dalva,
    Meio assim como eu: rebuscado, um pouco triste, cheio de metáforas e palavras (às vezes em demasia, mas juro que são elas que mandam em mim), difícil de clarear.
    Em todo caso, se é bonito, valeu as penas.
    Obrigado, volte sempre.

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