quinta-feira, 3 de julho de 2008

Quase outono

Não temos inverno. Temos um quase outono. Pelo menos aqui nesse fim de trópico donde posto.
Minha Praça, por exemplo. Os caminhos por baixo das árvores são cobertos de folhas secas, amareladas. Talvez sem a profusão de cores dos outonos mais rigoros em seu outonar. Estalam sob meus pés, ainda que para isso tenha que me desviar dos caminhos sempre limpos onde correm-se as pessoas. Mas posso, sempre que queira, pisar nelas e lembrar de uma vida inteira. Até daquela que ainda não me inteira. Aquela na qual, se você não demorar, te esperarei para sempre. Aquela em que sempre esperei por ti, ainda que não saiba quem és e mesmo que ainda não tenha sido uma vida inteira ( e aqui cito outros poetas).
Mais ainda, esse quase outono me lembra a música, as folhas e Miles. Acho que ainda não coloquei ele nessa música, pois não? Se já o fiz, perdoem essa recaída outonal. Se ainda não, perdoem a demora.
Tive que esperar por esse quase outono. E por esse querer de uma vida inteira.


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Um comentário:

  1. Miles Davis, trompete
    Julian Cannonball Adderley, sax alto
    Hank Jones, piano
    Sam Jonews, baixo
    Art Blakey, bateria

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