quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Nossa Senhora das Dores



Cansei!
Da ausência
de todos vocês.
Cansei!

Lhes falta tempo,
que a mim me sobra,
de ficar atento
ao que aqui se obra.
E sopra o vento,
e tudo arrasta,
sem sim, nem tento,
mail em garrafa.
Cada vez mais sem,
por escolha só,
sonho com quem,
de mim tem dó.
E viro metro torto,
perco as medidas,
e, aqui, quase morto,
falo em feridas.
Mas no verso insisto,
nas letras sou,
menos que existo,
mais do que soul.
E fico, aqui postado,
para dizer a você,
que estou cansado
de, aqui, não te ver!

Procurando outra coisa, dei de cara com essa postagem que nunca foi.
Datada de 28 de maio, marca os tempos em que ainda me emputeciam
a solidão do blog e a preguiça dos amigos.
Isso passou já faz tempo. A solidão continua e os amigos
rareiam por aqui cada vez mais,
mas já não ligo.
Mesmo assim, só para sacaneá-los, posto a coisa,
com data de hoje, quando já não estou nem aí .
E meio nem aqui,para falar a verdade,
apesar de cada vez mais estando aqui.

Nossa Senhora das Dores era a igreja que
eu freqüentava, missa das dez, a que tinha
mais meninas em flor e os meninos de minha turma.
Duro era não pecar, em pensamentos, até a hora da comunhão.
Comunguei muitas vezes com medo que a hóstia sangrasse
em minha boca, castigo suposto de quem comungava em pecado.
Pois confesso que pequei, mas acho que Deus se divertia com
nossos pecados de adolescentes recentes.
E, ironia da vida, aos 59 anos,
só peco em pensamento.

Um comentário:

  1. Ode ao blog-abrigo-amigo

    Fique claro o que nem sempre digo
    Aqui me abrigo também pelo amigo.
    Esta ode feita ao blog
    E que pelo amigo me espicaça
    Me põe em métrica ou réplica
    De bom cansaço do ir e vir neste espaço.
    Se sou quase antiga, não grego
    Da ágora uma certeza
    A simetria cambeta, pobre
    É sem segredo é nobre
    Sou dos que se atrevem e escrevem Mesmo em singela destreza
    Que não haja medo em minha mesa.

    Nada ou ninguém leva amigos
    Com flores na escrivaninha
    Se por piedade não vêm
    E por solidão também não.

    Vêm para roubar eu diria
    Um tanto da fantasia
    Que aqui se esbanja no chão
    Feita de palavras-estrelas
    Imagens na engenharia ou arte da poesia
    Por mim levo o que é erva - deliciosa–mente-daninha

    La vem Teresa de volta
    Se sabe seu nome é razão
    Chama a todos por certezas
    Por verdades amarra os lençóis e na liberdade dá nós
    Dizendo não fazer alarde
    No sair antes que tarde
    Se na paixão tudo arde
    Se tecida na des-razão
    Mas à razão que grita
    Que quer comandar só e aflita
    A outra brandindo diz - não!
    Não deixem que a louca mate inteiramente a paixão
    É assim que sempre voltam e sempre voltarão
    Ao se lembrarem, os amigos, ser preciso navegar na emoção.


    Da minha parte eu falo
    Vou em frente e não me rendo
    Louca mesmo é a razão
    E sabia a razão da paixão.

    E assim em ditos de tudo e de nada.
    Ora’entro muda, ora saio calada
    Desta paisagem criada na sua mais pura emoção.
    De onde me vêm as penas do frango, a cerveja e o copo só sobre a mesa
    E Pipocas que estouram do chão.
    Ninguém se acorrente a nada
    Simples para quem está na estrada a pergunta nunca calada - é simples é por que não?

    Se vem Teresa de novo tentando me levar daqui
    Reconheço-a na autocensura Ela é corda, fuga, o que não se faz
    Deixar um Zé-du outro lado
    É ter na troca um jaz .

    Neste mostrar de certezas
    mudas, surdas e cegas
    Que ela nunca me/se iluda
    Que de vez eu me vá daqui.
    Quem qui-Zé pode ler.
    Aquilo que não comentei
    O pensamento que não pequei
    O carinho que não troquei
    Que se perguntam digo: não sei...
    Ah, se Campinas e Barão estavam mesmo ali que venha agora o amigo Na minha casa - aqui

    Enquanto isso entre'tenho
    Para que rarear daqui?
    Do bom encontro a que venho
    Eu sei: si l'âme si marques ici

    Com um beijo /amigo/Meire

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